quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A crise mundial e a responsabilidade das empresas

Vivemos uma crise mundial anunciada desde 2008. Não vou entrar no mérito se ela poderia ser evitada ou não. Mas a verdade é que qualquer pessoa não alienada e que está ligada no que acontece em sua volta sabia que, cedo ou tarde, a bomba explodiria. De qualquer forma, do ponto de vista da sustentabilidade corporativa, o efeito imediato que vimos foi cortes na área, tanto de dinheiro para projetos, quanto de pessoal.

Quer dizer, analisando mais friamente, cortes aconteceram em todas as áreas. Estratégicas ou não, core ou de suporte. E os cortes de sustentabilidade foram mais sentidos por aqueles que faziam não sustentabilidade de verdade, mas responsabilidade social/ambiental. Isso é fato e já foi amplamente discutido por muitas pessoas.

Acontece que o impacto dessa crise e o seu prolongamento tem feito com que o foco da sustentabilidade enquanto política externa simplesmente mude. É claro que falar de sustentabilidade é buscar um equilíbrio nos aspectos sociais, ambientais e financeiros. Mas é inegável que, pelo menos, nos últimos 10 anos o mundo se voltou, fundamentalmente, à discussão de problemas ambientais, principalmente do aquecimento global.

Segundo o Global Risks 2012, em pesquisa com 469 especialistas e líderes setoriais, para este ano os principais fatores de risco são: desequilíbrios fiscais crônicos, emissão de gases do efeito estufa, crescimento populacional insustentável, falha crítica de sistemas tecnológicos e falha na forma como sociedade, governo, instituições (públicas e privadas) e sociedade administram assuntos de interesse comum.

Se continuarmos analisando friamente, veremos que são três problemas que misturam ordem social e econômica, um problema de ordem tecnológica e um de ordem ambiental. Comparando com anos anteriores, é uma mudança significativa, principalmente porque as questões sociais proporcionam uma percepção de impacto em tempo bem menor que as questões ambientais.

Num olhar raso, esses riscos dizem muito mais respeito a problemas de políticas governamentais, do que empresariais. Ok, mas olhemos agora mais profundamente. Historicamente, crises financeiras levam países a ações de protecionismo, a luta pelo emprego leva populações a nacionalismos extremos e o caos leva governos a tomarem medidas populistas na tentativa de conter o problema.

E o que populismo, protecionismo e nacionalismo, juntos, ocasionam? A falência de todos os benefícios propagados pelos defensores da globalização. Quando até a população americana se rebela com os absurdos expostos pela crise, acreditem em mim, é porque o caso está grave. E aí pergunto: qual o papel e a responsabilidade das empresas em um mundo onde jovens não têm emprego, onde a disparidade entre ricos e pobres é cada vez maior e o futuro não é nada otimista? Que ações de sustentabilidade corporativa podem minimizar o problema?

E não se esqueçam: curso de introdução à sustentabilidade corporativa no Rio de Janeiro dias 04 e 11 de fevereiro. Mais informações: http://migre.me/7wrGT

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