terça-feira, 27 de abril de 2010

Instituto Coca-Cola e Fundação SOS Mata Atlântica: Programa Água das Florestas – parte II

Com alguns dias de atraso devido a uma viagem particular, eis que venho contar a segunda parte do Programa Água das Florestas, realizado pelo Instituto Coca-Cola em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. No último post procurei contextualizar o projeto e passar para as pessoas a importância da Coca-Cola investir em projetos que tratem da questão da água. Agora falarei um pouco mais sobre sua operação, alguns os resultados e a experiência que tive de ir lá e conhecer melhor o que e é feito.

Conforme afirmado no post anterior, o objetivo do Água das Florestas Tropicais é recuperar, proteger e manter os mananciais de água através da recomposição florestal da margem de rios e lagos. A mecânica inicial consiste na SOS Mata Atlântica sensibilizar donos de propriedades que se encontram às margens da Bacia do Piraí e a partir daí propor uma longa parceria voltada para o desenvolvimento sustentável.

No trajeto do escritório da SOS no centro de Itu até a Fazenda Capoava, onde foi realizado o piloto do Água das Florestas, pudemos ver não apenas perceber alguns resultados do programa, como também termos uma aula de história do Brasil. Capitaneados pela Malu, gestora ambiental, pela Valéria, bióloga, pelo Vinícius, geógrafo, e pelo Marcelo, advogado, percebemos o impacto ambiental nos ciclos econômicos da região.

O desmatamento começou cedo, na fase áurea da exploração do pau Brasil, passando pelo ciclo da cana e depois o ciclo do café, causando empobrecimento do solo e intensa degradação ambiental. Isso sem falar no tal desbravamento do país, realizado pelos bandeirantes, que gerou ainda mais desmatamento, comprometendo a capacidade de produção de água da mata atlântica na região.

Durante o percurso, além da nítida queda na temperatura (estava um calor danado no centro de Itu), vimos um jequitibá, árvore que pode chegar até 60 metros de altura (equivalente a um prédio de 20 andares) e que demora, mais ou menos, 500 anos para chegar à fase adulta. Vale lembrar que é uma espécie que está ameaçada de extinção e que os tais bandeirantes tinham o costume de derrubá-lo para construir embarcações para até 20 pessoas.

Pois bem, voltando ao programa, uma vez mobilizados, os proprietários são capacitados para uma gestão voltada para o desenvolvimento sustentável. E a partir do reflorestamento têm contrapartidas financeiras. Como dito anteriormente, o Água das Florestas foi pensando para ser elegível ao Protocolo de Kyoto. Mas essa é apenas uma das possibilidades de geração de renda.

Uma vez que os proprietários aderem ao programa, eles se tornam conservacionistas produtores de água. Isto significa que ele será recompensado financeiramente pela água que ajuda a conservar caso ela seja utilizada em benefício da população e das empresas que as distribuem. Ou seja, royalties. Além desses benefícios, o programa dá suporte técnico aos proprietários para a transformação do local em APP (área de preservação permanente) ou RPPN (reserva particular de patrimônio natural), valorizando ainda mais as áreas, principalmente se forem voltadas para o turismo.

E foi justamente uma APP que luta para se transformar em RPPN que conhecemos em Itu. A Fazenda Capoava, que abrigou o projeto piloto do Água das Florestas, há muito tem o que eu chamo de drive para a sustentabilidade. Totalmente receptiva às ações propostas pela SOS Mata Atlântica, ela hoje colhe os louros por fazer parte do programa desde o seu início. De acordo com Maria Beatriz, gerente da Fazenda, uma melhoria visível está na volta da algumas espécies de aves e outros animais, como a lontra, que é um animal indicativo de recuperação de determinadas vegetações.

Pois bem, este foi o meu nada breve relato sobre o dia que passei em Itu para conhecer uma das ações do Instituto Coca-Cola. Esse encontro foi a largada para a Semana Otimismo que Transforma, que inicia à sua quarta edição no dia 02 de maio e vai até o dia 09. Além disso, outras ações estão acontecendo em paralelo, como o Concurso Camiseteria, que premiará as três melhores estampas sobre preservação da água. Os vencedores ganharão R$ 1200,00 em dinheiro e mais R$ 800,00 em produtos Camiseteria. Mais informações sobre o concurso: http://www.camiseteria.com/extra_29.aspx

Como não tenho habilidade alguma para tirar fotos, peguei algumas disponibilizadas pelos colegas que também passaram o dia em Itu conhecendo o programa. Agradecimento ao Felipe Di Domenico, do http://conversasustentavel.blogspot.com, pela foto do jequitibá, e à e Samantha Shiraishi, do http://www.samshiraishi.com, pela foto da Fazenda Capoava. Aproveito e também agradeço à companhia de Fábio Gois, do http://www.ecodesenvolvimento.org.br e Cybele Meyer, do http://educaja.com.br

2 comentários:

Cybele Meyer disse...

Olá Juliana,

Adorei seu post. Lendo seu relato fiz a trajetória novamente me fazendo reviver este que foi um dia muito especial, acompanhadas de pessoas especiais por uma causa mais do que especial.
Beijinhos e obrigada pelo link.
:)

Julianna Antunes disse...

Oi, Cy! Quem sabe um dia a gente volta lá com mais calma e aproveita bem mais aquela maravilha de lugar, hein?

Beijão