terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A sustentabilidade do ponto de vista da conservação

Meu primeiro livro de 2015 foi um livro de... sustentabilidade! Novidade, não? Acontece que ultimamente tenho ficado bem seletiva em relação a livros desse tipo, pois a quantidade que já li sobre o assunto me faz, muitas vezes, cair em duas armadilhas: ou o livro é bobo e raso, ou o assunto é batido e não fala nada de novo.

Mas e aí que no final do ano passado ganhei um novo livro de sustentabilidade, Capital Natural. Um livro, diga-se de passagem, cujo título muito se assemelha à minha bíblia de sustentabilidade, Capitalismo Natural. Não sei se a semelhança nos títulos foi proposital, mas achei que faz todo o sentido.

Não, Capital Natural não é cópia de Capitalismo Natural, pelo contrário. É totalmente complementar. Na verdade, os conceitos apresentados no livro são anteriores ao que fala em Capitalismo Natural. Explico: o tema central do Capital Natural é conservação. No livro, os autores mostram como investir em conservação é bom do ponto de vista da economia, da saúde, da administração e, é claro, do ponto de vista ambiental.

E é aí que entra o fascínio do livro. Pensar em conservação nos dias de hoje é algo extremamente complexo. O mundo explode nas 7 bilhões de pessoas. Precisamos cada vez mais de espaço para agricultura mecanizada e para habitação. Como assim poderemos dispor de áreas e mais áreas de floresta, de mananciais e de habitat naturais para fauna e flora?

Um dos temas muito discutidos em economia ambiental nos dias de hoje é pagar para manter a floresta amazônica intacta. Sim, pagar para não mexer nela. Muita gente acha completamente insano, mas faz todo sentido. Não teria aqui números para corroborar isso, mas digo com toda certeza e segurança que os custos com as externalidades são infinitamente maiores.

E é isso que trata o livro Capital Natural. A prova financeira de que conservar é o melhor caminho. O livro é recheado de cases de sucesso e o que eu mais gostei foi o case da Dow, uma empresa química, naturalmente intensiva em carbono, em externalidades e consumo de recursos naturais, que prova como uma visão conservacionista fez bem para o seu negócio e para o meio ambiente.

Apesar de se falar de conservação desde a pré-história, o livro trata do tema de forma super moderna, sem o paternalismo que muitos ainda têm, de vamos abraçar árvore. Capital Natural vai de encontro a uma tendência cada vez mais forte no mercado financeiro, que é o de fundos de investimento aplicarem dinheiro em florestas, plantação de árvores e afins. Sim, os fundos de investimento estão fazendo isso!

Enfim, se você for como eu, que já leu de quase tudo em sustentabilidade e procura algo novo, se você não leu de tudo, mas quer ler algo bom ou então se você está iniciando no tema e procura algo relevante para começar, esse é um livro que eu recomendo. Inclusive com a dica que se você ainda não leu (como ousa?) Capitalismo natural e queira ler sobre sustentabilidade em uma sequência lógica comece por Capital Natural. Vai por mim, faz sentido.

Autores: Mark R. Tercek // Jonathan S. Adams
Editora: Alaúde

Ano: 2014

0 comentários: