segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um modelo e um desafio sustentável para a Rio-2016

Na última semana, nos dias 14 e 15 de outubro, aconteceu no Palácio da Cidade e no IAB-RJ (Instituto de Arquitetos do Brasil) diversas palestras e debates que tinham como tema principal “As Olimpíadas e a Cidade – Conexão Rio-Londres”. O evento, realizado pela prefeitura do Rio de Janeiro, fez parte da campanha UK Know How, lançada no início do mês e que tem por objetivo estimular o crescimento da economia verde, redução da emissão de carbono, além de troca de experiência e promoção do crescimento econômico sustentável.

Não vi o evento todo, mas vi o que mais me interessava, um debate com um profissional da EDF, estatal francesa de energia que está trabalhando em projetos de baixo carbono e no fornecimento de energia renovável para os Jogos de 2012, Carlos Costa Ribeiro, consultor em ciências do meio ambiente e Dan Epstein, head de sustentabilidade da ODA (Olympic Delivery Authority), equivalente no Brasil à APO (Autoridade Pública Olímpica), empresa pública espelho da Rio 2016 e que será responsável pelos projetos de infra-estrutura.

Como devem ter reparado, o assunto foi mais voltado para a sustentabilidade do ponto de vista técnico. Meio ambiente, construção civil, arquitetura, design. Aliás, é incrível como os profissionais que não são da área não têm noção da importância do design para a sustentabilidade, não apenas do ponto de vista das construções, da utilização de materiais de baixo impacto ou reutilização de materiais, mas do simples desenho de produtos.

Pois bem, devo confessar que já era fã do projeto de Londres, não só por ser a primeira olimpíada de verão a contemplar a sustentabilidade na agenda, mas pela forma como ela está sendo conduzida. Ressalto aqui o que já falei em posts anteriores a respeito do Green Goal da Fifa, que se resume a um caderno de encargos voltado, basicamente, para o meio ambiente.

Assim como Barcelona-92, que revitalizou a região do porto da cidade, Londres-2012 tem como objetivo revitalizar a degradada área de East London. Mas a atuação não se limita a aspectos verdes e financeiros. Sem esquecer o terceiro pilar da sustentabilidade, o projeto insere a comunidade nessa revitalização por meio de capacitação e contratação de mão de obra local, eventos, cultura, promoção da diversidade, engajamento e uma série de outros meios.

Enfim, um sonho e um modelo a ser seguido pelo projeto do Rio, com o desafio de que mais do que revitalizar o nosso porto ou a nossa cidade, o que precisamos é revitalizar o país inteiro.

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