A maioria das pessoas, muitas vezes, não tem noção do que significa inovação. Principalmente quem não trabalha com planejamento estratégico e/ou com pesquisa e desenvolvimento, é comum achar que inovação se resume a um produto que está reinventando a roda e que tem um viés tecnológico. Para o consumidor médio, e, pasmem, para muitos órgãos brasileiros de fomento ao desenvolvimento, inovação é algo que tenha tamanho, peso, espessura e use a tecnologia para a sua produção.
É claro que falar de iPod, tablets, de brocas de diamante para extrair petróleo em águas ultra profundas, de máquinas que transformam lixo em energia é o supra sumo da inovação, o filezinho. Mas inovação pode ser algo mais sutil do que um produto caríssimo que consome anos de pesquisa e dinheiro.
Uma nova configuração no layout de um escritório pode aumentar a eficiência dos funcionários. Uma redefinição de escala de trabalho pode gerar melhor aproveitamento de matéria prima. São coisas relativamente simples, mas que precisam de pessoas qualificadas que pensem em soluções funcionais.
Algumas empresas que estão na vanguarda da gestão, têm percebido a sustentabilidade não somente como uma forma de ganho de imagem, não somente como uma forma de manter perto e quieto os stakeholders, não apenas como uma categoria de produtos a serem comercializados. Algumas empresas têm percebido o potencial de inovação da sustentabilidade.
Não coloco nesse patamar uma empresa como a Coca-Cola ou a Ambev, que tiveram visão de investirem agora, que ainda não é problema, em projetos de água. Isso, para mim, é questão de sobrevivência. Falo de empresas que são sustentáveis por enxergam a sustentabilidade como vantagem competitiva.
A sustentabilidade na perspectiva da inovação anda muito junto com o design, que anda coladinho com a engenharia, principalmente a de produção. É comum a solução de um surgir da necessidade do outro. Por exemplo, o BRS (bus rapid service) que entrou em operação no Rio esse final de semana e é a base para a solução de mobilidade urbana em curto prazo. Ali a gente vê redesenho de rotas, redistribuição dos pontos de parada, educação da população usuária de transporte público, bem como, e principalmente, educação dos motoristas.
Há ainda, outros casos que já citei no blog, como a utilização de soluções poka yoka para inserção dos deficientes no mercado de trabalho, a questão das embalagens, a forma como o design está sendo encarado nos Jogos Olímpicos de Londres etc. O que eu quero dizer é que a possibilidade de se trabalhar sustentabilidade e inovação é gigantesca. E muito menos complexa do que as pessoas imaginam. Principalmente porque o início da sustentabilidade é um caminho só: o da mudança de comportamento e uma visão empresarial.
E galera do Rio, não esqueça de preencher o questionário do Happy Hour Sustentável que acontecerá na última semana de março: http://migre.me/3TF4u
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